Jacksom: A gente estava falando sobre a mudança de tecnologia no Rap nacional. Na época o Nuts e o Zé tinham uma MPC e o Nuts uma SP 1200. E nessas máquinas que foram produzidos os Raps que nós ouvíamos na época, como A Tribe Called Quest, De La Soul, MF Doom, Kool Keith, dentre outros. Aí o Zé e o Nuts comessaram a fazer beats pro primeiro disco do D2, "Eu Tiro Onda", e como era um disco da Sony conseguimos mixar ele em Nova York, com o mesmo engenheiro que mixou o "36 Chambers", do Wu-Tang. Nisso o resultado ficou muito bom. Nos padrões de Raps americanos. Inclusive, em uma de minhas viagens conheci o pessoal do Racionais e, buscando assunto, começamos a falar de produção e, vendo o interesse deles pela evolução musical, mostrei, em primeira mão, uma fita cassete o disco do D2. Questionado de como ele foi feito, falei sobre a MPC e nessa vontade de conhecer a máquina falei com o Zé e ele começou a ter uma relação de troca de informações vindo a ensinar todos os passos de como se usa uma MPC e depois disso começamos a trabalhar em algumas músicas do Racionais MCs.
CHH: Mas qual era a relação do tema com a premiação do Hutuz?
Jacksom: Foi sobre o KL Jay ter dedicado o prêmio ao Nave e tal... Acho que foi certíssimo, mas acho que o próprio Hutuz deveria ao menos indicar o Nave. Sinto que a galera do Hutuz tem um certo preconceito contra quem trabalha com o D2, como eu e o Nave. O Nave sempre foi bom e só vieram dar o valor e querer que ele produzisse pra outros rappers depois que ele estorou em dois discos do D2. É por isso que acho que nego é preconceituoso, ao invés de curtir todo mundo. Por isso que o Rap perde pro Funk Carioca, pro Pagode e pro Calipso. Porque ninguém gosta de ninguém. Enquanto nos outros estilos geral trabalha junto.
Essa é apenas parte das ideias expostas pelo MC gaúcho Jacksomdurante bate-papo com o editor do portal Central Hip-Hop/BF Noise D.
B.DoG
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